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Dia da mulher: O impacto da Covid-19 no Brasil é desigual
Segundo o IBGE, 7 milhões de mulheres ficaram desempregadas no início da pandemia, em março de 2020. Os impactos na saúde emocional atingiram cerca de 60% das mães brasileiras, segundo uma pesquisa realizada pela Catho.

Quando olhamos para o setor da saúde, as mulheres representam a maioria na área de enfermagem. Os números apontam que até janeiro de 2021, foram reportados 46.754 casos de Covid-19 entre profissionais de enfermagem no Brasil. Dentro destes números, 85% dos infectados são mulheres.

Neste dia tão importante, vamos abordar os impactos que a pandemia tem causado na vida das mulheres brasileiras. Afinal, a crise gerada pelo coronavírus agrava uma realidade já existente: mulheres representam a linha de frente na manutenção da vida em sociedade, porém a sua própria saúde é negligenciada.

Valorização do trabalho feminino: o mercado de trabalho X o trabalho de cuidado

“Os direitos das mulheres são direitos humanos"

A expressão surgiu apenas nos anos 90, quase cinco décadas após a Declaração Universal da ONU sobre os Direitos Humanos.

Este contexto, por si só, fala muito sobre a posição da mulher dentro da sociedade ao longo dos anos. Conquistas como direito ao voto, direito ao estudo e direitos de trabalho surgiram após muita luta e movimentos reivindicatórios.

Outras conquistas como igualdades trabalhistas, segurança e equidade permanecem sendo reivindicados todos os dias. 

Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, em média, as trabalhadoras ganham 20,5% menos que os homens no país. De acordo com o levantamento, as mulheres ganham menos do que os homens em todas as ocupações selecionadas.

Além disso, a carga horária de trabalho da mulher vai muito além do mercado de trabalho. Grande parte da sua jornada está associada a outras atividades, como afazeres domésticos e o trabalho de cuidado com sua família.

Segundo o Conselho Nacional de Saúde, as mulheres são as maiores afetadas pela pandemia de coronavírus, porque são as mais expostas ao risco de contaminação e às vulnerabilidades sociais, como o desemprego, violência, dificuldade de acesso a serviços de saúde e situação de pobreza.

As mulheres representam as principais agentes do trabalho de cuidado com o outro e, por conta disso, sofrem todos os dias com a sobrecarga, exaustão, estresse e até mesmo a solidão.

A declaração de Pequim, cunhada em 1995, ratificou um compromisso mundial com as mulheres: acesso aos serviços de atendimento à saúde, à informação e a serviços adequados, de baixo custo e boa qualidade, durante toda a sua vida.

Porém, a realidade apresentada desde o início da pandemia de Covid-19 é outra: a dificuldade de acesso a serviços de obstetrícia e contraceptivos, fator que aumentou a mortalidade materna. Segundo o Conselho Nacional de Saúde (CNS), o Brasil concentra 77% das mortes de gestantes e puérperas. 
 

A mulher e a pandemia que não acaba: a violência


Um levantamento realizado mensalmente pelo Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta um aumento de 2% nas mortes de mulheres em relação ao mesmo período em 2019. 
 
No Rio Grande do Sul, houve um aumento de 24,4% no número de mortes por feminicídio desde o início da pandemia no país.
Segundo os responsáveis pelo levantamento, a casa torna-se uma prisão para mulheres que vivem com o seu agressor. Desde o mês de março de 2019, foi registrada uma média de três mortes por dia no país.
 
A Lei Maria da Penha, em vigor desde agosto de 2006 pela Lei Federal nº 11.340 tem como objetivo principal criar mecanismos de proteção e defesa para coibir o problema de violência que a mulher enfrenta todos os dias. A Lei possui especificações sobre as diferentes formas de violência (física, sexual, patrimonial, moral e psicológica) sofridas pelas mulheres.
Porém, a realidade gerada pelo isolamento social tem agravado a situação diariamente vivida por mulheres no Brasil.
 

Dia da mulher e a qualidade de vida feminina


O dia 8 de março representa uma luta incessante pela igualdade de direitos e condições dignas de sobrevivência.

Os dados apresentados ao longo deste artigo representam apenas uma pequena parcela dos impactos gerados não apenas pela Covid-19, mas que caminham com as mulheres há muito tempo.

É fundamental demonstrarmos o nosso respeito e admiração pelas mulheres buscando promover qualidade de vida, defendendo seus direitos e valorizando o seu trabalho que é fundamental para a sociedade.

 




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